sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Carta a um amor que não morreu



ENQUANTO DORMIAS

Enquanto dormias
desci dos céus e entrei nos teus sonhos
... passeei-me por dentro de ti
e bebi da tua alma
Passeei-me no teu quarto
e senti-te tão perto
que quase te toquei
Senti o molhado da tua almofada
e soube o quanto ainda me choras
senti as tuas lágrimas rolando pelo teu rosto
e sei o quanto ainda me amas
Não posso ter-te no mundo real
Esse é um campo onde eu não posso entrar
mas enquanto tiver asas
Virei sempre visitar-te
alumiar os teus sonhos
e tornar mais claras as tuas noites
tão escuras de mim e de ti
Imagino-te lado a lado com a lua
reflectida no prateado do mar
na crista de uma onda doida por te levar
a ver o lugar onde com volúpia se entrega
e se desfaz em alva espuma
Deixo-te uma carícia no teu corpo
ao de leve
como uma pena roça
o papel num suave bailado
enquanto a magia se faz momento...
Não sei quando voltarei a ver-te
a poder tocar-te na leveza
que me impõem os sentidos
que me ditam as regras
mas sempre virei beber da tua alma
e perder-me na magia do teu quarto
nesse quarto que já foi teu e meu...

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